Aquaporinas são canais que conduzem as moléculas de água para dentro e para fora das células
O processo de ressecamento da pele se intensifica com o passar do tempo. As células desidratadas perdem parte de suas funções, tornando-se deficientes e murchas. Isso lhes rouba a elasticidade e a capacidade de regeneração. "Essa perda pode causar o agravamento das rugas e da flacidez, que aumentam gradativamente com a desidratação", diz o cosmetólogo Maurício Pupo, diretor da Ipupo Consultoria em Desenvolvimento Cosmético, de São Paulo.
Para minimizar esses efeitos, a indústria tem investido cada vez mais nas pesquisas sobre as aquaporinas, principal sistema de irrigação dos tecidos do corpo. "Com a idade, elas ficam preguiçosas. A proposta desse novo hidratante é reativá-las com a aplicação de um creme, um avanço considerável no mundo da cosmética", afirma Pupo.
O dermatologista Adriano Almeida, diretor do Instituto de Dermatologia e Estética (IDE), de SP, explica como as aquaporinas funcionam: "são canais localizados na membrana das células que conduzem as moléculas de água para dentro e para fora dessas estruturas, bloqueando a passagem de outras substâncias. Como as células da pele são formadas basicamente de líquidos, isso é muito importante para mantê-las jovens".
Hidratação prolongada
A nova geração de hidratantes está chegando justamente para evitar todos esses efeitos. "Os cosméticos que ativam a produção de aquaporinas ampliam a irrigação, melhorando em até 50% a capacidade de hidratação", afirma Pupo. Segundo ele, se forem associados a outros ativos, como o óleo de Karité, que retém a água, o resultado pode ser ainda melhor.
A descoberta ganha mais importância quando se trata de ressecamento intenso. "As pesquisas mostraram que quem tem pele seca possui um número menor de aquaporinas no organismo", afirma Pupo.
O novo hidratante ganha ainda mais importância quando se associa à proteção dos cremes anti-idade. "São duas ações diferentes, mas que se completam", afirma a dermatologista Denise Steiner, membro da Academia Internacional de Dermatologia Cosmética (IACD), de São Paulo. "É possível que, em breve, existam cosméticos que associem essas duas funções", diz Pupo.
Copo d'água, o par perfeito
A pele tem a capacidade de se auto-hidratar e para tanto precisa da água que ingerimos. No entanto, submetida a fatores externos como sol, vento e banhos quentes, além do envelhecimento, esse mecanismo natural fica prejudicado.
"Os cremes são coadjuvantes importantes no processo de hidratação, mas tratam apenas o sintoma, ou seja, o ressecamento. Não atingem a origem do problema, que pode ser a falta de água no organismo, resultado da baixa ingestão de líquidos. Por isso, beber água faz parte do tratamento", afirma Pupo.
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