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Se o seu sonho de consumo é ter seios maiores, prepare-se: aqui vai um
superdossiê sobre próteses de silicone - as técnicas recentes, as
dúvidas mais frequentes e os detalhes que nem todos os médicos revelam.
BOA FORMA conta tudo para você, tintim por tintim!
O que é preciso saber antes de tomar uma decisão?
Ao ver sua imagem refletida no espelho, você gosta do conjunto. Mas é
claro que, como toda mulher, está sempre em busca de um retoque aqui,
outro ali. É por isso que passar por uma cirurgia para aumentar o
tamanho dos seios está entre os seus projetos. Se você está realmente
decidida, saiba que vai precisar bancar a repórter investigativa:
converse com as amigas que já turbinaram o visual e, claro, escolha um
bom cirurgião plástico.
Vale marcar consulta com dois ou três profissionais. "Cada cirurgião
tem a sua preferência por determinada técnica", conta Gisela Pontes,
cirurgiã plástica, do Rio de Janeiro. Isso não quer dizer que um está
certo e o outro errado. "Mas é muito importante que haja sintonia e
cumplicidade entre os dois lados para diminuir qualquer frustração com o
resultado", fala José Carlos de Carvalho, cirurgião plástico de São
Paulo. Com a ajuda dos três especialistas citados acima, você fica por
dentro do assunto, tira suas principais dúvidas e fica ainda mais segura
do que quer.
O pré-operatório
Na segunda consulta com o seu cirurgião, você deve levar exames de
sangue e de imagem que atestam que a sua saúde está com tudo em cima e
que pode fazer a cirurgia. Depois disso, recomenda-se não beber e não
fumar pelo menos nas duas semanas que antecedem a operação. Veja os
exames mais comuns:
· Hemograma
· Teste de coagulação
· Função renal
· HIV
· Eletrocardiograma
· Ultrassom de mamas (mulheres com menos de 35 anos)
· Mamografia (mulheres acima de 35 anos)
Onde vai o silicone?
Por baixo da glândula: a prótese é colocada entre o
tecido mamário e o músculo peitoral. Isso facilita a cirurgia e causa
menos dor para a paciente depois da operação. Mas o implante pode ficar
aparente se a paciente for muito magra, pois, por ser uma região mais
superficial, não há pele suficiente para cobrir as bordas da prótese.
Por baixo do músculo: trata-se de uma técnica mais
sofisticada, pois o cirurgião plástico vai precisar chegar até o músculo
para alojar a prótese. Como fica instalado de forma mais profunda, o
resultado é mais natural, principalmente para mulheres magrinhas. Essa
localização também diminui o perigo da contratura capsular, um dos
riscos dessa cirurgia e facilita a realização de mamografias. Em
compensação, nos primeiros dias depois da cirurgia, a dor é intensa.
Outra desvantagem: há maior risco de um deslocamento caso o músculo da
mulher seja muito forte.
E a cicatriz, onde fica?
Na mama: o corte é feito nos sulcos abaixo das
mamas, o que facilita o acesso até o local onde a prótese será colocada.
Em contrapartida, a cicatriz fica mais evidente ao vestir um biquíni e,
pior, a região propicia uma má cicatrização para quem tem tendência à
queloide.
Na aréola: a cicatriz fica quase imperceptível,
posicionada num meio círculo entre a aréola e a pele da mama. Alguns
médicos acreditam, no entanto, que essa via de acesso é contraindicada
para mulheres que ainda não tiveram filhos por dois motivos: o primeiro
por não haver sobra de pele na região do mamilo e o segundo por
prejudicar as glândulas mamárias numa futura amamentação. Há também a
questão da perda de sensibilidade erótica. Os que defendem a técnica,
porém, afirmam que nada disso acontece quando corretamente realizada.
Na axila: nenhuma cicatriz na mama é a principal
vantagem aqui. O corte é feito nas axilas, local de pouca incidência de
queloide. Por outro lado, existe uma linha de pesquisa que acredita que a
formação de uma cicatriz nessa área poderia mascarar a identificação do
câncer de mama, pois aí se localizam os gânglios sentinelas, primeiras
estruturas a dar um sinal da piora da doença. Há, entretanto, bastante
discussão sobre o tema já que muito profissional não acredita nesse
perigo quando a técnica é bem feita.
O tamanho certo
Um peito grande para você pode ser pequeno para a sua amiga... Como
essa é uma questão muito subjetiva, pode gastar o seu português (por
que não mostrar fotos?) sobre esse assunto com o seu médico. Só assim os
dois chegam à data da cirurgia falando a mesma língua.
Mas saiba que a escolha do tamanho leva em conta três variáveis:
forma (redonda ou gota), volume (quantidade em mililitros) e projeção
(ou seja, a altura da prótese no corpo, que pode ser alta, baixa,
moderada ou extraprojetada). Por causa dessa matemática toda, é o
cirurgião quem vai saber a melhor combinação para deixar a sua silhueta
proporcional.
O médico também precisa prever se a paciente tem tendência a
engordar ou planeja uma gestação, o que inviabilizaria uma prótese
grande demais.
De qualquer forma, existem alguns recursos para não errar. O
primeiro é "experimentar" diversas próteses por baixo de um top no
consultório. O segundo, durante a cirurgia, o médico simula o resultado
final com moldes descartáveis de tamanhos diferentes. Todas essas
ferramentas garantem maior satisfação com o resultado final.
O que é contratura capsular?
Apesar do nome esquisito, você precisa saber do que se trata: é
natural o organismo reagir à colocação da prótese formando um membrana
fibrosa ao redor dela. Mas há casos em que esse tecido fica grosso,
endurecendo ou até deformando o implante.
Isso o deixa com uma aparência artificial e, nos casos mais
graves, causa dor. Hoje em dia, a incidência desse fenômeno é pequena -
de 2 a 4% das pacientes sofrem com o problema - graças à qualidade do
material das próteses.
Sabe-se que, com as texturizadas (com rugas na superfície) e as de
poliuretano (uma espuma), o risco da contratura é menor do que quando
utiliza-se a prótese lisa. Para tratar a contratura capsular, deve-se
retirar o implante e depois colocar outro.
A importância do dreno
Apesar de não ser uma norma, algumas pacientes saem da sala de
operação com um dreno. É uma espécie de caninho colocado no corte que
tem a função de excretar secreções. Além de diminuir a ocorrência de
contratura capsular, o dreno mantém a área operada seca e limpa,
acelerando a recuperação. Ele é retirado dois dias depois da cirurgia.
Antes disso, saiba que não dá para tomar banho.
Cuidados pós-cirurgia
Na hora de colocar silicone, a gente se entusiasma tanto que
pode esquecer de alguns contratempos depois da operação. Para garantir o
resultado, você vai precisar de calma para retornar à rotina. Mas o
tempo de recuperação depende tanto da técnica do médico como do seu
organismo. Veja como é a evolução, em média.
· Repouse em casa nos primeiros dois ou três dias.
· Não troque, mexa ou molhe o curativo até o primeiro retorno ao
médico. Isso significa banho de gato nos primeiros dias.
· Remove-se o dreno dois ou três dias depois da cirurgia.
· Você pode voltar ao trabalho depois de sete dias.
· Evite lavar o cabelo sozinha na primeira semana.
· Retira-se os pontos de sete a 14 dias após a cirurgia.
· Você deve dormir de barriga para cima de sete a 14 dias após a cirurgia.
· Evite levantar os braços acima da linha dos ombros durante duas semanas.
· Não dirija por 20 dias para não haver deslocamento da prótese caso aconteça algum acidente.
· Você pode voltar a fazer bicicleta ou caminhar na esteira após
três semanas, contanto que mexa o mínimo possível os braços e o tórax.
· Natação, ioga, tênis ou musculação para membros superiores só ficam liberados depois de dois meses.
· Tomar sol só após três meses da cirurgia com esparadrapo
branco em cima das cicatrizes e muito filtro solar. A exposição sem
proteção só é permitida depois de um ano. Isso evita cicatrizes grossas e
escuras.
· O resultado final aparece entre três e seis meses. Antes
disso, não considere definitivos o tamanho e a consistência dos seios,
pois eles podem estar inchados.
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